Somos tramas de narrativas constituídas por jogos de afetações, relações, estilos de vida, que compõem nossas maneiras de contarmos sobre nós mesmas e sobre o mundo. São estas tramas de narrativas - verbais, sonoras, visuais, corporais, etc. - que modulam o campo das nossas experiências prováveis e improváveis, podendo ensejar encantamentos e desencantamentos em nossos coletivos. A incorporação de outras narrativas erige espaços para outras políticas, que modulam estéticas e modos de vivermos juntas. As políticas narrativas moderno-coloniais (patriarcais, cisheteronormativas, eurocentradas) reiteram objetificações, isolamentos, fetichizações e reduções da singularidade ao valor geral econômico. Temos, no entanto, em nossas antepassadas uma intensa memória de outras políticas narrativas, que nos auxiliam a afirmar resistências às violências colonizadoras nos modos como vivemos nossas vidas. O presente trabalho busca evidenciar que o compartilhamento estético possui uma grande potência ético-política na formação e fortalecimento de coletivos, e evidenciar que possuímos, em práticas ancestrais uma intensa memória de outras políticas narrativas, por meio das quais podemos erigir novos modos de vivermos juntas.

We are web/plots of narratives that constitute games of affectations, relationships, styles of living, recognizing and telling ourselves and the world. It is these web/plots of verbal, sound, visual, bodily narratives, that modulate the field of our probable experiences and also of the possible and improbable ones, being able to give rise to enchantments and disenchantments of our collectives. The embodiment of these narrations establishes communities of narration, that is, they erect narrative policies that modulate our stylistics of living together. Modern-colonial narrative policies (patriarchal, cisheteronormative, Eurocentric) reiterate objectifications, isolations, fetishizations and reductions of singularity to general economic value. However, we have in our ancestors an intense memory of other narrative policies that help us to assert resistance to colonizing violence in the way we live our lives. The present work seeks to show that aesthetic sharing has great ethical-political power in the formation and strengthening of collectives, having in ancestral practices an intense memory of other narrative policies which can build new ways of living together.

Somos tramas de narrativas que constituyen juegos de afectaciones, de relaciones, de estilos de vivir, de reconocernos y contarnos a nosotros mismos y al mundo. Son estas tramas de narrativas verbales, sonoras, visuales, corporales, las que modulan el campo de nuestras experiencias probables y también de las posibles e improbables, pudiendo suscitar encantamientos y desencantos de nuestros colectivos. La materialización de estas narraciones establece comunidades de narración, es decir, erige políticas narrativas que modulan nuestras estilísticas de convivencia. Las políticas narrativas moderno-coloniales (patriarcales, cisheteronormativas, eurocéntricas) reiteran objetivaciones, aislamientos, fetichizaciones y reducciones de la singularidad al valor económico general. Sin embargo, tenemos en nuestros antepasados un intenso recuerdo de otras políticas narrativas que nos ayudan a afirmar la resistencia a la violencia colonizadora en la forma en que vivimos nuestras vidas. El presente trabajo busca mostrar que el compartir estético tiene un gran poder ético-político en la formación y fortalecimiento de colectivos, teniendo en las prácticas ancestrales una memoria intensa de otras políticas narrativas que pueden construir nuevas formas de convivencia.